domingo, 15 de novembro de 2015

SOBRE O INTERCÂMBIO INTERNACIONAL MANAUS-MARSELHA E SAINT GILLES

A importância da continuidade do intercâmbio internacional entre Manaus-Marselha e agora Saint Gilles – Ilha da Reunião no continente africano, para nós da Contem Dança é motivo de muito orgulho e satisfação porque sabemos das dificuldades em se fazer arte e cultura no Brasil e saber que uma Cia da França e uma do Continente Africano têm interesse em nos conhecer, em saber de como pensamos e nos mantemos com nossos projetos, nossas produções e pesquisas, é um grande estimulo para continuarmos fazendo nossos sonhos se tornarem realidade.


Manter um intercâmbio internacional não é tarefa fácil principalmente quando se fala em trazer e manter os artistas internacionais aqui em Manaus. Este ano Patrick Servius, coreógrafo da Cie le Revê da la Soie veio para fazer suas pesquisas e para realizar o ateliê de criação promovido pela Contem Dança e infelizmente teve só o apoio da Contem ( de forma independente, como a Cia vem fazendo na maioria dos seus projetos), e nenhum das entidades governamentais da parte do Brasil, contrário a isto, Patrick tem total apoio da França e agora em Saint Gilles para realizar esta nova residência.


A artista Francis Baiardi está em Saint Gilles para realizar a I Residência do projeto “Trois Rives” com todas as despesas de passagens de avião, alimentação, hospedagem, translado  e cachê, todas pagas com apoio da França, Saint Gilles e o Centro Coreográfico Le Hangar. Infelizmente nossa realidade é bem diferente a isto tudo e o apoio para a arte em Manaus não existe da forma como deveria. No entanto nada disso nos faz desistir de continuarmos este intercâmbio que vem sendo realizado desde 2013 e agora esta cada vez mais fortalecido pelos artistas tanto da Contem Dança quanto da Cie le Rêve de la Soie, tudo é sempre um novo aprendizado e um novo desafio.


Que possamos continuar na caminhada de mais redes de compartilhamentos com a nossa arte e nossa cultura, que possamos estreitar laços de amizade e que a arte seja a ponte para a sensibilização, a harmonia e a paz que a humanidade tanto precisa.



Por Cléia Alves.